Minha Jornada de Mais de 10 Anos no JiuJitsu
Quando pisei no tatame pela primeira vez, há mais de dez anos, eu não imaginava que o JiuJitsu se tornaria muito mais do que uma simples prática esportiva. Ao longo dessa década, essa arte marcial transformou profundamente quem eu sou, moldando não apenas meu corpo, mas principalmente minha mente e minha forma de encarar os desafios da vida.
O JiuJitsu Gracie não é apenas uma arte marcial, é uma forma de desenvolver força, aguçar a mente e desbloquear uma confiança que antes parecia inatingível. Cada técnica que aprendi ao longo desses anos transmitiu não apenas habilidades de autodefesa, mas também a capacidade de adaptação, de manter a calma sob pressão e de superar obstáculos dentro e fora do tatame.
Nos primeiros anos, confesso que foi desafiador. Cada treino era uma lição de humildade. Aprendi rapidamente que no JiuJitsu, tamanho e força bruta nem sempre prevalecem, a técnica, a estratégia e a paciência são fundamentais. Essa percepção mudou minha perspectiva sobre muitas situações da vida cotidiana. Comecei a abordar problemas de forma mais analítica, buscando soluções inteligentes ao invés de respostas impulsivas.
Com o tempo, os benefícios físicos tornaram-se evidentes. Meu condicionamento cardiovascular melhorou significativamente, minha flexibilidade aumentou e desenvolvi uma consciência corporal que jamais imaginei possuir. Mas os ganhos mentais foram ainda mais impressionantes. O JiuJitsu me ensinou a lidar com a frustração, a aceitar derrotas como oportunidades de aprendizado e a celebrar pequenas vitórias no caminho.
A filosofia do "deixar o ego de lado" é uma das lições mais valiosas que carrego. No tatame, todos somos iguais, faixas pretas podem aprender com iniciantes, e veteranos reconhecem que sempre há algo novo para descobrir. Essa mentalidade de aprendizado contínuo se estendeu para todas as áreas da minha vida profissional e pessoal.
Outro aspecto transformador foi a comunidade. Ao longo desses dez anos, construí amizades genuínas com pessoas de diferentes origens, profissões e idades. O tatame se tornou um espaço de respeito mútuo, onde todos se apoiam no crescimento uns dos outros. Essa rede de suporte foi fundamental em momentos difíceis, oferecendo não apenas companheirismo, mas também inspiração constante.
O JiuJitsu também me ensinou sobre resiliência. Houve momentos em que pensei em desistir, lesões, estagnação de aprendizado, derrotas frustrantes. Mas cada vez que voltei ao tatame, encontrei uma versão melhor de mim mesmo. Aprendi que o progresso nem sempre é linear, mas a consistência e a perseverança sempre compensam.
Hoje (2025), com mais de dez anos de prática, posso afirmar com convicção: o JiuJitsu é um dom que continua a se revelar. Cada treino traz novas descobertas, cada "luta" apresenta novos desafios, e cada promoção de faixa representa não apenas habilidade técnica, mas crescimento pessoal profundo. Essa arte marcial me deu muito mais do que técnicas de luta, me deu ferramentas para viver melhor, pensar com clareza e enfrentar a vida com confiança inabalável.
Rafael Alves
Jataí-Goiás
Escola: Escola Gracie Barra Jataí
Professor: Frederico Campos
