7 de nov. de 2025

 A importância da tecnologia no radioamadorismo e o lugar do CW!

O radioamadorismo sempre foi um espaço de experimentação, aprendizado e comunicação. Ao longo das décadas, a tecnologia transformou profundamente a prática: dos primeiros transmissores valvulados aos transceptores digitais modernos, passando por antenas sofisticadas, softwares de processamento de sinais e modos digitais que permitem contatos eficientes mesmo em condições adversas. Essa evolução tecnológica ampliou o alcance, a versatilidade e a atratividade do hobby, atraindo pessoas com interesses variados, construção, contestes, DX, satélites e experimentação digital.

Dentro desse cenário, o CW ocupa um lugar histórico e importante: foi fundamental nos primórdios das comunicações e continua sendo uma modalidade eficiente, econômica em largura de banda e apreciada por muitos operadores. Porém, no meu ponto de vista, o CW é apenas uma entre várias formas de comunicação disponíveis aos radioamadores. Para alguns é paixão e arte; para outros, uma técnica interessante sem grande apelo; e para muitos, simplesmente algo que não desperta interesse.

Por isso, manter o CW como requisito obrigatório nos exames de habilitação atua como um filtro desnecessário que pode afastar novos praticantes. Exigir competência em Morse como “obstáculo” ignora que o avanço tecnológico trouxe alternativas igualmente válidas como os modos digitais, a fonia. Tornar o CW algo opcional, disponível para quem tiver interesse em aprendê-lo e mantê-lo vivo como parte da cultura radioamadora, parece uma postura mais equilibrada e inclusiva, mas a importância dos modos digitais, a evolução que ele causou nas comunicações, isso ninguém pode negar!.

Quando fiz meus exames de radioamador, também aprendi e pratiquei CW, fiz vários contatos e até acumulei muitos DXs nessa modalidade. Apesar disso, o CW nunca me cativou totalmente; foi ao entrar em contato com os modos digitais que realmente senti vontade de me aprofundar. Isso não diminui o valor do Morse, apenas mostra que cada operador tem motivações e preferências distintas. Do mesmo modo que o CW não é atraente para todos, os modos digitais e a fonia também não agradam a todos. O ponto é conviver com essa diversidade de gostos e permitir que cada um pratique o que mais lhe interessa.

Aceitar a realidade tecnológica não significa abandonar tradições: significa adaptar as exigências e o ensino para refletir as ferramentas e interesses atuais, preservando o CW como patrimônio e opção, mas sem forçar sua adoção. Dessa forma, no meu ponto de vista, o radioamadorismo segue sendo um espaço plural, aberto ao aprendizado técnico e à experimentação, capaz de atrair novas gerações sem perder o respeito pelas práticas históricas.

73 a todos 

Rafael ALVES - PP2RR
Jataí - Goiás

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